Economia

Digitalização avança em todo país e Espírito Santo perde 26 agências bancárias em 2025. Confira!

Agências bancárias são fechadas em todo país com a grande expansão de relacionamento digital com os clientes, no ES foram fechadas 26 agências.

O avanço dos serviços digitais no sistema financeiro continua transformando a forma como os brasileiros movimentam suas contas. No Espírito Santo, essa mudança tem sido acompanhada pelo fechamento de unidades físicas. Dados da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025, elaborada pela Deloitte, mostram que 82% de todas as transações no país já acontecem por meios digitais, especialmente via celular.

No Estado, o cenário reflete essa tendência: 26 agências bancárias encerraram suas atividades até a primeira quinzena de novembro, segundo levantamento do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários-ES). O Bradesco lidera o número de fechamentos, seguido por Itaú, Caixa Econômica, Santander e Banestes.

Unidades encerradas no ES em 2025

  • Bradesco: 9
  • Itaú: 7
  • Caixa: 6
  • Santander: 3
  • Banestes: 1

Nos últimos cinco anos, aproximadamente 40 agências e postos de atendimento deixaram de funcionar no Estado.


Impacto econômico e social

Para o economista-chefe do Ibef-ES, Felipe Storch, o fechamento de agências não é um fenômeno isolado, mas parte de uma estratégia mundial de modernização e corte de custos.

“Para os bancos tradicionais, a digitalização melhora a eficiência ao reduzir despesas com pessoal, aluguel e manutenção, além de elevar a rentabilidade por cliente”, explica.

No entanto, Storch ressalta que a transição traz efeitos colaterais importantes.
A combinação entre menos agências e maior automação tem levado a demissões, o que também preocupa o Sindibancários-ES. Somente em 2025, cerca de 40 desligamentos já foram registrados no setor bancário capixaba.

Outro ponto sensível é a exclusão digital. Idosos, pessoas com baixa escolaridade ou moradores de áreas com internet limitada podem enfrentar dificuldades para acompanhar as mudanças.

Foto Reprodução.

Autos atendimentos e o avanço da digitalização provocam fechamentos de várias agências bancárias em todo Brasil.

Procon-ES cobra atendimento inclusivo

O Procon Estadual lembra que, apesar da modernização, os bancos continuam obrigados a garantir serviços acessíveis, seguros e adequados a todos os consumidores. Isso inclui:

  • comunicação prévia sobre mudanças de funcionamento;
  • alternativas de atendimento para quem não consegue usar plataformas digitais;
  • suporte presencial quando necessário.

Segundo o órgão, não existe prazo legal específico para informar o fechamento de uma agência, mas o banco deve comunicar com antecedência razoável. Até agora, nenhuma reclamação relacionada ao encerramento de unidades foi registrada.


O que dizem os bancos

As instituições financeiras afirmam que o movimento faz parte de uma reorganização operacional impulsionada pela crescente adesão aos meios digitais.

Bradesco — Informa que 98% das operações são feitas por canais digitais. Parte das agências está sendo convertida em unidades de negócio especializadas.

Banco do Brasil — Diz que não fechou agências no ES nos últimos três anos, embora tenha encerrado oito unidades entre 2020 e 2021.

Banestes — Afirma que mantém presença física em todos os municípios e que houve aumento, e não redução, do número de funcionários.

Itaú — Relata que 97% das transações são digitais e que as agências tendem a adotar um modelo mais consultivo.

Santander — Afirma que os fechamentos acompanham o comportamento dos clientes, cada vez mais conectados, mas não revelou números detalhados.

Caixa Econômica — Garante presença física no Estado, sem especificar alterações em quadro ou número de unidades.

Entre os bancos consultados, apenas o Banco do Brasil detalhou dados históricos sobre fechamento de agências.


Cooperativas avançam na contramão do setor bancário

Enquanto bancos tradicionais encolhem sua rede presencial, as cooperativas de crédito reforçam o movimento inverso.

  • Sicoob: abriu 26 novas agências no Espírito Santo nos últimos três anos.
  • Sicredi: inaugurou 31 novas unidades em dois anos, sendo 10 apenas em 2025.

As cooperativas afirmam que a proximidade com o associado continua sendo um diferencial competitivo. Para Storch, o impacto é direto nas comunidades:

“A expansão das cooperativas no interior gera emprego, renda e fortalece o desenvolvimento local.”

Redação: jornal ATV – A Tribuna do Vale.