Caso Rayane Berger! Nove anos depois médico acusado de feminicídio vai a juri amanhã (21), em Vitória. Veja!
Caso aconteceu em 2015, em Santa Maria de Jetibá, e será julgado nesta quarta-feira (21) no Fórum Criminal de Vitória.
Santa Maria do Jetibá-ES – Quase nove anos após a morte da pedagoga e miss pomerana Rayane Luiza Berger, o acusado pelo crime, o médico Celso Luís Ramos Sampaio, vai finalmente a júri popular. O julgamento está marcado para amanhã, quarta-feira (21), às 8h, no Fórum Criminal de Vitória, na Avenida Fernando Ferrari n° 1000.
Rayane foi encontrada morta dentro de um carro submerso em um rio, em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, em junho de 2015. Tinha apenas 23 anos. A princípio, o caso foi tratado como um acidente, mas a apuração da polícia revelou fortes indícios de um assassinato cuidadosamente planejado.
Foto: Reprodução.

Rayane era pedagoga e tinha sido eleita Miss Pomerana de Santa Maria de Jetibá.
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) vai sustentar a tese de homicídio qualificado, com base em três agravantes: Motivo fútil, Recurso que dificultou a defesa da vítima e Feminicídio (por se tratar de crime em contexto de violência doméstica).
A sessão já havia sido marcada anteriormente, em março deste ano, mas foi adiada a pedido da defesa, que alegou ausência de provas documentais, entre elas, imagens de câmeras de videomonitoramento que poderiam reconstituir o trajeto do veículo onde a vítima foi encontrada.
Do suposto acidente ao feminicídio
A investigação revelou uma narrativa bem diferente da versão inicial. Segundo o MPES, Celso teria drogado Rayane com um medicamento controlado, desferido golpes na região da nuca e, em seguida, colocado o corpo dentro do carro da própria vítima. Para simular um acidente, o veículo foi lançado em um rio da região.
O cenário encontrado pelos socorristas no dia seguinte reforçou as suspeitas: nenhum sinal de colisão, carro trancado, airbags intactos e ausência de frenagem. Além disso, Rayane estava sem cinto de segurança e apresentava lesões incompatíveis com acidente de trânsito.
Relacionamento marcado por conflitos
Rayane e Celso mantinham um relacionamento instável, com episódios de idas e vindas e denúncias de traição de ambas as partes. Para o MPES, a relação conturbada teria sido um dos estopins para o crime. Celso já foi condenado por outro homicídio, o assassinato de um colega médico, e atualmente cumpre pena por esse caso. O histórico criminal reforça a gravidade da situação e pode influenciar no julgamento desta semana.
Clamor por justiça
A morte de Rayane deixou uma marca profunda na comunidade pomerana de Santa Maria de Jetibá. Sua família, que desde então clama por justiça, espera que o júri reconheça a violência e premeditação do crime. O julgamento é considerado um marco importante na luta contra a violência de gênero no Espírito Santo.
“Ela era cheia de vida, cheia de amor. Tiraram tudo dela. Tiraram tudo de nós”, disse, em depoimento, a mãe da jovem, Clarice Berger.
Relembre o caso
O crime aconteceu no dia 6 de junho de 2015, próximo ao distrito de Alto Rio Possmoser, na zona rural de Santa Maria de Jetibá. Já o corpo da ex-princesa pomerana foi encontrado em um carro no dia 07 de junho de 2015, em Santa Maria de Jetibá, na região Serrana do estado.
Na ocasião, o médico teria dopado a companheira com medicamento de uso controlado e proferido golpes com objeto contundente, causando ferimentos na nuca da vítima. Em seguida, o réu colocou Rayane em um veículo e forjou um acidente automobilístico.
No dia seguinte, ciclistas avistaram o carro em um rio ao lado da estrada e acionaram os bombeiros. A jovem era conhecida no município por ganhar um concurso de beleza. Após encontrarem o carro, os bombeiros quebraram os vidros do veículo para realizar o resgate, mas a vítima já estava morta. Familiares de Rayane estiveram no local e reconheceram a jovem.
Na época, os parentes de Rayane disseram aos bombeiros que a jovem morava em Vitória com o marido, mas estava na casa da família, que residia em Alto Rio Posmosser. Foi identificado durante as investigações que o carro estava com todas as portas trancadas, sem marcas de frenagem e sem os airbags acionados, o que levantou a hipótese de que não havia sido um acidente.
Redação: Jornal ATV – A Tribuna do Vale.