Tarifa de 50% dos EUA contra produtos brasileiros entra em vigor nesta quarta-feira (06). Confira aqui!
Medida afeta setores estratégicos como café, carne e calçados; impacto atinge mais de 35% das exportações brasileiras
A tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, que ficou conhecida como “tarifaço”, entra em vigor nesta quarta-feira (06), gerando preocupação entre representantes do governo e do setor produtivo do Brasil.
De acordo com estimativas da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A medida, anunciada em julho, atinge 35,9% das exportações brasileiras para os EUA. Embora haja algumas exceções pontuais na lista publicada pela Casa Branca, os impactos são amplos, especialmente em setores considerados estratégicos para a balança comercial brasileira.
Produtos afetados pela nova tarifa de 50%
☕ Café
O Brasil é o maior exportador mundial de café, e os Estados Unidos são um dos principais mercados consumidores. Em 2024, o Brasil exportou US$ 2 bilhões em café para os EUA, representando 16,7% do total exportado. No Espírito Santo, segundo a coluna Agro Business, os EUA importaram 186.452 sacas no primeiro semestre de 2025, o equivalente a 11,4% das exportações capixabas.
🥩 Carne bovina
Em 2024, os EUA responderam por 16,7% das exportações brasileiras de carne bovina, com 532 mil toneladas exportadas, somando US$ 1,6 bilhão. A Minerva Foods, uma das maiores empresas do setor, estima uma queda de até 5% na receita líquida devido à nova tarifa.
🍍 Frutas
O setor frutícola brasileiro, que exportou mais de 1 milhão de toneladas em 2023, também será afetado. As tarifas devem atingir frutas frescas e processadas, embora detalhes específicos ainda não tenham sido divulgados.
🛠️ Máquinas agrícolas e industriais
Máquinas e peças destinadas à indústria de papel e celulose ou à aviação civil foram isentas, mas o restante será tarifado. Isso inclui equipamentos agrícolas, industriais e suas peças.
🪑 Móveis
Somente móveis utilizados em aeronaves civis, como assentos e componentes específicos de metal ou plástico, foram poupados. O restante do setor de móveis enfrentará a tarifa integral.
👗 Têxteis
Apenas itens muito específicos do setor têxtil, como fios de sisal para enfardamento e materiais para aviação civil, ficaram de fora. O restante está sujeito à tarifa.
👟 Calçados
Todos os calçados brasileiros serão tarifados integralmente, sem qualquer exceção. O setor, que já enfrenta pressão da concorrência asiática, prevê novos desafios com a medida.
Foto: Reprodução/ Instagram.

O presidente Donald Trump justificou tarifaço como forma de combater “violações de direitos humanos” no Brasil.
Motivos alegados por Trump
O presidente Donald Trump anunciou a taxação no dia 9 de julho. Ele alegou como justificativa a suposta “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mencionando violações de direitos humanos atribuídas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Trump também criticou medidas do governo brasileiro contra big techs americanas, alegando censura e ameaças à liberdade de expressão. As ações do Brasil nesse campo vêm sendo acompanhadas de perto por setores da tecnologia e diplomacia dos EUA.
Impacto nas relações comerciais
Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, o comércio entre os dois países somou mais de US$ 90 bilhões.
Com a nova taxação, representantes da indústria brasileira temem perda de competitividade, redução nas exportações e queda no faturamento de diversos segmentos.
Segundo fontes do Itamaraty, o governo brasileiro ainda não anunciou uma resposta formal à medida, mas articulações diplomáticas estão em curso.
Redação: Jornal ATV – A Tribuna do Vale.