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Criada a primeira cadeira de rodas controlada com o olhar

A Microsoft criou uma cadeira de rodas a motor controlada pelo olhar do cadeirante. A mágica por trás dela foi lapidada no Brasil a partir de uma tecnologia que já está funcionando no Windows e foi criada para dar voz nova a um ex-jogador da NFL que perdeu os movimentos por ter a mesma doença que paralisou o astrofísico Stephen Hawkings (1942-2018).

Demonstrada nesta semana em São Paulo, a cadeira responde a comandos dos olhos para seguir em frente, retroceder, virar à direita ou à esquerda e para se mover nas diagonais. “Nenhum movimento de pescoço é necessário, nem da cabeça, simplesmente a captura da movimentação ocular”, diz Alessandro Januzzi, diretor de engenharia e inovação da Microsoft Brasil.

O caminho para um olhar se transformar no giro das rodas é complicado. Um acessório do tamanho de uma caixinha de remédio conecta a cadeira a um tablet (ou um notebook), que fica no colo do cadeirante. É esse aparelho que vai seguir o olhar, por meio de sua câmera transformada em “rastreadora de olhos”.

Ela percebe em que ponto da tela os olhos estão pousados. Ao abrir a aplicação que dá os comandos para a cadeira, a tela exibe setas indicando direções. Conforme o olhar passeia por elas, as rodas seguem as ordens. O cadeirante pode ainda gravar atalhos para trajetos feitos constantemente, como ir da cozinha para a sala ou do quarto para o banheiro.

Feita em parceria com a fabricante brasileira de cadeiras de rodas Ortobras, o mecanismo é o que a Microsoft classifica como um projeto experimental. Ou seja, não deve chegar às lojas, mas serve para comprovar o potencial.

Tecnologia

A tecnologia de transformar o movimento dos olhos em comandos, por outro lado, já funciona em um serviço muito próximo da realidade de quem usa computadores. Com o nome de “Eyedrive”, ela está disponível no Windows 10 desde a atualização feita em outubro do ano passado.

Seu desenvolvimento foi feito pela equipe de um brasileiro, o cientista-chefe da Microsoft, Henrique Malvar — ele lidera a pesquisa da empresa, uma área em que só nos seis meses finais de 2017 a Microsoft gastou US$ 7 bi (R$ 23 bi). Para usá-la no sistema operacional, no entanto, é necessário conectar a notebooks ou PCs um acessório que vai rastrear o movimento dos olhos.

Fonte: Tribuna online.