Inventário digital retira 17 mil processos da Justiça no ES e bate recordes em 2025.Entenda!
Com processo mais rápido e digital, partilha de bens cresce nos cartórios capixabas e antecipa corrida por regularização antes da reforma tributária.
A digitalização dos serviços cartorários no Espírito Santo já impacta diretamente o Judiciário: mais de 17,8 mil inventários foram realizados extrajudicialmente desde a adoção do formato digital, retirando milhares de processos que antes tramitavam nas varas de família por anos.
O avanço se intensificou com a plataforma e-Notariado, que permite a realização de atos de forma 100% online, e com as mudanças nas normas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que ampliaram a possibilidade de realizar inventários em cartório, mesmo em casos mais complexos.
📈 Crescimento acelerado nos últimos anos
Nos últimos anos foi registrado em crescimento acelerado, entre 2020 e 2024, o número de escrituras de inventário em cartórios de notas capixabas cresceu 50%, saltando de 2,3 mil para mais de 3,4 mil registros no período. Apenas no primeiro semestre de 2025, já foram realizados 1,6 mil inventários, o que projeta um novo recorde anual caso o ritmo seja mantido até o fim do ano.
Esse movimento tem se intensificado também pela expectativa de aumento do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), previsto na nova Reforma Tributária. Com isso, muitas famílias estão se antecipando para evitar a cobrança de alíquotas mais altas nos próximos anos.
⏱️ Inventário em até 15 dias
De acordo com Carolina Romano, diretora de Tabelionato de Notas do Sinoreg-ES, antes, um inventário judicial podia levar até quatro anos para ser concluído. Hoje, em cartório, o processo pode ser finalizado em até 15 dias, desde que todos os herdeiros estejam de acordo e não haja disputas.
“Realizar a partilha de bens em cartório é uma forma prática e segura de garantir que a divisão aconteça de maneira organizada e sem complicações. Com a crescente digitalização dos serviços e eventuais alterações na tributação, antecipar esse processo oferece às famílias não apenas tranquilidade, mas também economia.”
— Carolina Romano, diretora de Tabelionato de Notas do Sinoreg-ES
Foto: Freepik.

No cenário nacional, o rendimento médio por pessoa atingiu R$ 2.020 no ano passado.
Com a Resolução nº 571/24 do CNJ, os cartórios passaram a poder realizar inventários mesmo nos casos em que há herdeiros menores de idade ou incapazes, existe testamento válido e quando é necessária a venda de bens antes da conclusão da partilha.
Agora, não é mais exigida autorização judicial para a venda de bens do espólio, o que permite que as famílias consigam recursos para pagamento de tributos com mais agilidade.
Outra mudança relevante foi a regulamentação da nomeação de inventariante extrajudicial, que assume a responsabilidade de reunir documentos, apurar valores, pagar tributos e organizar a partilha. Essa prático elevou em 68% a nomeação de inventariante em 2025.
Esse procedimento cresceu 22% entre 2022 e 2024, passando de 1.214 para 1.481 nomeações. Somente no primeiro semestre de 2025, foram 1.117 inventariantes nomeados, o que representa um aumento de 68% em relação ao mesmo período de 2024.
Menos burocracia, mais eficiência
A combinação de digitalização, mudança legislativa e segurança jurídica fez dos cartórios uma alternativa eficiente e cada vez mais buscada pelas famílias para resolver a partilha de bens — um processo que, até pouco tempo atrás, era sinônimo de lentidão e burocracia.
Com os cartórios absorvendo esse tipo de demanda, a Justiça do Espírito Santo ganha fôlego, e os cidadãos conseguem resolver questões delicadas de forma mais rápida e segura.
Redação: Jornal ATV – A Tribuna do Vale.
