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Nasce bebê gerado pela tia para ajudar a irmã que não podia ter filhos

Belo Horizonte-MG – O bebê Dante nasceu na manhã de ontem, quinta-feira (18), na Maternidade Otaviano Neves, em Belo Horizonte. O nome da criança vem do italiano e quer dizer “duradouro”, ele nasceu saudável e bonito, pesando 3,6 quilos e medindo 49 centímetros.

O pequeno Dante nem pode imaginar a luta que seus pais, o engenheiro civil Daniel Flávio Mendes Ferreira, de 43 anos, e a servidora Solana Guimarães Henrique do Amaral Ferreira, de 39 anos, que moram em Betim, tiveram que enfrentar para que ele pudesse chegar ao mundo.

A criança foi gerada pela tia, a engenheira eletrônica Anaterra Guimarães, depois que Solana passou por nove fertilizações in vitro e perdeu todas as seis gestações, inclusive uma de gêmeos. Solana e Daniel passaram por clínicas de fertilização em Belo Horizonte e em São Paulo, entre 2012 e 2019. 

“Era um processo muito sofrido. A gente fazia o ultrassom, chegamos a ouvir o coração do bebê várias vezes, mas chegava na nona semana da gestação, perdíamos o bebê. Quando íamos fazer o ultrassom já ficávamos apreensivos”, contou Daniel. Segundo ele, nenhum médico apontou um problema específico porque a gestação não ia adiante.

“Meu problema não tem diagnóstico, é uma incompatibilidade no meu útero. Eu pensei em desistir muitas vezes, inclusive já tinha aceitado que não iria ter filhos, mas o Daniel nunca me deixou desistir”, contou Solana.

Durante esse período, Anaterra já tinha oferecido gerar o filho da irmã, emprestando sua barriga de forma solidária. “Toda vez que ela perdia, eu oferecia, porque era um sofrimento muito grande. Mas ela nunca quis. Acho que ela queria gerar o próprio filho, até que depois de perder o último bebê, eles aceitaram. Fiz a primeira fertilização antes da pandemia e não deu certo. Aí a clínica fechou e, quando reabriu de novo, tentamos novamente e deu certo. Deus abençoou”. 

Anaterra, que já tem uma filha de seis anos, a Cecília, disse que se sente realizada em poder realizar o sonho da irmã. “Eu sei o quanto é bom ser mãe. Por isso, me sinto realizada de poder contribuir para a minha irmã ter o Dante agora. Meu marido também foi um grande companheiro, e disse que, se fosse irmão dele, também faria o mesmo. Deus agiu em mim para eu poder proporcionar isso a minha irmã”.

A família comemora agora o nascimento de Dante. “O sentimento é de muita gratidão. A gente rezou muito durante esses anos e eu nunca perdi a fé. Sei que é isso que Deus queria que  acontecesse com a gente, poder o meu filho através da minha irmã. É uma prova de amor imenso. E vou ser sempre grata a ela por me dar essa oportunidade de ser mãe”, conclui Solana. 

Redação: Jornal ATV – A Tribuna do Vale com informações de  Flávia Jardim.