Presídio exclusivo para acomodar pedófilos já existe no Espírito Santo.
Os casos de pedofilia no Espírito Santo são alarmantes. A cada ano, os inquéritos de abusos sexuais de crianças e adolescentes crescem com uma porcentagem assustadora. Em 2014, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) concluiu 350 inquéritos. Em 2016 foram 1.050, um aumento de 200% em apenas dois anos. O índice de presos e condenados pelo crime de pedofilia no Estado é tão alto que atualmente existe um presídio inteiro destinado somente para encarcerar os acusados deste tipo de crime, que não podem ficar misturados com presos que cometeram outros crimes. O Presídio Estadual de Vila Velha V (PEVV V), localizado no Complexo de Xuri, atualmente tem mais de 1.500 presos acusados ou julgados por pedofilia. A informação foi obtida com exclusividade pela Rádio CBN Vitória.
O crime de pedofilia é tão cruel que não é aceito nem mesmo pelos próprios criminosos. Por esse motivo, os acusados de crimes sexuais contra menores ficam em celas separadas. No entanto, o delegado titular da DPCA, Lorenzo Pazolini, diz que o número de condenados e presos aguardando julgamento por esse crime é tão grande que uma cela por presídio já não suporta a demanda. Agora, todo o Presídio Estadual de Vila Velha V (PEVV V) é utilizado para encarcerar pedófilos.
“Em razão do aumento das prisões, ficou inviável manter esses internos em alas de presídios. Esses internos ficavam em presídios separados dos demais. Hoje não. Atualmente temos um presídio unicamente destinado para esse fim. Um presídio que só recebe presos condenados ou ainda não condenados, mas que estão presos pelo estupro de vulnerável, por crimes de natureza sexual”, explicou.
Segundo o delegado, uma característica que chama atenção nesse tipo de crime é que quase todos os abusadores são conhecidos das vítimas. Na Grande Vitória, treinador de futebol, funcionário público, motorista de van escolar, além de parentes, como tios, primos, pais e padrastos, foram presos por pedofilia. “A maioria absoluta dos estupros, mais de 90%, são cometidos por pessoas que convivem com a vítima. É alguém que a vítima conhece, seja ela parente, amigo de um parente ou quem mora perto. Mas é sempre quem já conversou ou esteve anteriormente com a vítima”, concluiu.
Lorenzo destaca que os casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes no Estado mantém a mesma média ano após ano, porém, ele ressalta que por causa do empenho dos profissionais que trabalham na DPCA, mais inquéritos são concluídos a cada ano que passa. “Com a motivação da equipe de policiais, conseguimos comprovar a resolutividade dos inquéritos. Isso significa que mais inquéritos estão sendo concluídos e as condenações estão sendo efetivadas pelo judiciário”, afirmou.
Segundo o delegado, os presos por crimes sexuais atualmente representam 9% da população carcerária do Estado.
Fonte: Rádio CBN vitória.