Um debate interessante a respeito do consumo de água mineral com gás, se é benéfico ou maléfico à saúde, desperta curiosidades e opiniões diversas a respeito do assunto. Após um comentário “Meu primo tomava água com gás todos os dias e desenvolveu uma pedra nos rins”, o médico urologista Tiago Guirro, usou o seu canal do YouTube para explicar os benefícios e malefícios da água com gás.
O médico fez a seguinte pergunta, será realmente que foi a água com gás que prejudicou os órgãos dele? De acordo com o urologista, essa bebida é simplesmente uma água mineral, enriquecida com gás carbônico (CO₂).
Durante o processo de fabricação da água com gás, a indústria injeta o gás carbônico sob alta pressão, que se dissolve dando o aspecto de efervescência ao líquido. “Isso faz com que a água altere o seu PH”, comenta o urologista.
Ainda de acordo com o urologista, a água com gás tem um PH mais ácido. “É isso que muda o sabor da água, além daquela sensação de efervescência na boca, no nosso paladar”, afirmou o médico.
o Dr. Tiago Guirro afirma que essa acidez que sentimos não é prejudicial. “Quando você toma a água com gás, ela vai cair no seu estômago, onde tem um ácido que se chama ácido clorídrico, que é muito mais forte e mais potente do que a água com gás”, explicou.
O médico relata que o próprio corpo eliminará o gás carbônico, deixando apenas a água no estômago. “O PH do nosso estômago já é naturalmente mais baixo. Quando você bebe água com gás, ela vai entrar em contato com esse ácido clorídrico e vai reagir. Por ela ser mais fraca, ela vai se separar daquela dissolução feita pela indústria e se desfazer”, complementou.
Segundo o urologista, mais de 90% do gás será eliminado pelo trato gastrointestinal através da eructação, o famoso arroto, e uma pequena parte pode ser absorvida. Isso acontece porque o gás carbônico é o que chamamos de inerte, “ele não tem nenhuma reação importante no nosso organismo”. Por isso, ele é “eliminado através da respiração pelos pulmões”.
De acordo com Tiago, essa sensação é justamente por conta da liberação de gás no estômago. “Algumas pessoas podem ser intolerantes a isso. Tem algumas pessoas que se distendem muito mais facilmente do que outras”, comenta.
“Não é que isso está fazendo mal, é só uma adaptação sua, porque o seu organismo não gosta desse tipo de substância de gás dentro do intestino. Isso não vai fazer mal, mas se você não se sente bem tomando, não tem porque você forçar essa substituição da água mineral natural”, explicou.
Existem relatos de pessoas que passam mal ao beber água com gás, mas não com outras bebidas gaseificadas, como o refrigerante. Segundo o urologista, é apenas uma questão de que elas estão mais acostumadas com o sabor do refrigerante.
“Eu recomendo substituir o refrigerante pela água com gás. […] Esse gás do refrigerante é o mesmo gás que está presenta na água”, comentou.
Outro pensamento popular é que a água com gás tem mais sal. No entanto, Tiago Guirro afirma que isso não é verdade. “Ela não é acrescida de nenhuma outra substância de nenhum outro composto químico do que a água mineral”, disse.
Segundo o médico, a água mineral com gás não causa nenhum problema para os seus rins. “Ela é uma ótima fonte para você substituir outras bebidas gaseificadas como os próprios refrigerantes”, explicou.
Ainda sobre os seus benefícios, Tiago ressalta que a água com gás não contém açúcar, aditivos químicos e nem conservantes. No entanto, cuidado. Diferente dessa bebida natural, a água tônica pode fazer mal. “Água tônica, na maioria das vezes, contém açúcar. Essa, sim, contém sódio”, disse.
Para finalizar, o urologista afirma que uma pessoa pode beber somente água com gás, se assim desejar. Ainda assim, é necessário fazer o cálculo da quantidade de consumo diário para não passar do ponto.
“Na maioria das pessoas, o cálculo de água que você deve beber é de 35 ml por kg de peso. Então, se você pesa 70 kg, multiplique 70 por 35. Esse vai ser o resultado em ml, a quantidade média de água que você deve tomar durante 24 horas”, contou.
Embora seja uma conta simples, existem variações caso haja a realização de atividades físicas diárias e até mesmo para dias mais quentes. “A desidratação é o principal fator de risco para problemas renais e para a formação de pedras nos rins”, finalizou Tiago Guirro.
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