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“Toma lá da Cá”! Cinco ex-prefeitos são nomeados em cargos da Mesa Diretora da Assembleia.

Para cumprir acordos políticos firmados nas eleições do ano passado e visando as eleições do ano que vem 2026, a exemplo do que já havia acontecido no governo do Estado, onde ex-prefeitos foram abrigados com cargos no governo. Ontem (19), cinco ex-prefeitos que deixaram as prefeituras ano passado, foram nomeados para cargos comissionados da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

As nomeações foram publicadas no Diário Legislativo de hoje (20) e são todas para o mesmo cargo: assessor júnior da secretaria (AJS) da Secretaria da Assembleia Legislativa. Os nomeados foram:

Hilário Roepke (PSB), o Hilário Gatinha: ex-prefeito de Santa Maria de Jetibá

João Paulo Schettino Mineti (sem partido)o Paulinho Mineti: ex-prefeito de Venda Nova do Imigrante

Hélio Carlos Ribeiro Cândido (PSB)o Cacalo: ex-prefeito de Muqui

Robertino Batista da Silva (PDT), o Tininho: ex-prefeito de Marataízes

Jaime Santos Oliveira Junior (PSB), o Jaiminho: ex-prefeito de Ponto Belo

Segundo consta no Portal de Transparência da Ales, o cargo de assessor júnior de secretaria tem como salário o valor de R$ 3.688,13, para 40 horas semanais de trabalho. Todos os servidores do Legislativo também recebem auxílio-alimentação no valor de R$ 1.949,45, além de auxílio-saúde.

Os cinco ex-prefeitos são figuras experientes em seus redutos políticos. Hilário Gatinha terminou seu segundo mandato consecutivo no ano passado. Não chegou a apoiar um sucessor publicamente.

Paulo Mineti foi eleito vice-prefeito em 2016, mas em 2019 assumiu o município com a morte do então prefeito Braz Delpupo. Em 2020 foi reeleito e ficou no mandato até o ano passado.

Cacalo foi prefeito por um mandato (2021-2024). No ano passado, ele poderia ter tentado a reeleição, mas apoiou o ex-prefeito Frei Paulão (PSB), que acabou perdendo a disputa para o atual prefeito Camarão (PL).

Tininho já teve três mandatos à frente da Prefeitura de Marataízes, sendo os últimos no período de 2017 a 2024. No ano passado, ele tentou eleger seu sucessor, Luiz Almeida (Republicanos), mas sem sucesso.

A tendência é que os ex-prefeitos concorram nas eleições do ano que vem, disputando vaga à Assembleia ou à Câmara Federal. Mas, nos bastidores, outras motivações estariam por trás das nomeações.

ex-prefeitos concorram nas eleições do ano que vem, disputando vaga à Assembleia ou à Câmara Federal. Mas, nos bastidores, outras motivações estariam por trás das nomeações.

Acordo com o governo?

Durante as negociações entre o governo do Estado e o presidente da Assembleia, Marcelo Santos (União), sobre a eleição da Mesa Diretora, alguns pontos teriam sido acordados entre os dois. Um deles, seria a Ales nomear algumas lideranças e ex-prefeitos da base aliada que tinham acabado de deixar o mandato. Nas negociações, o acordo teria sido firmado, embora Marcelo já tenha negado, para a coluna, tal tratativa.

No entanto, entre os cinco nomeados na Ales, hoje, três são filiados ao PSB – partido do governador Renato Casagrande (PSB) –, o que reforça a tese de que, nos bastidores, haveria um acordo para abrigar aliados políticos do governo que ficaram sem mandato.

Casagrande também abriu espaço na administração para ex-prefeitos. Conforme noticiado pela coluna, sete ex-gestores entraram no governo desde o início do ano, sendo que três – Sergio Vidigal (PDT, Serra), Victor Coelho (PSB, Cachoeiro) e Guerino Balestrassi (MDB, Colatina) – foram para cargos no 1º escalão: viraram secretários.

Além de retribuir o apoio que esses líderes deram a Casagrande, o governo também está formando um time para atuar a seu favor nas eleições do ano que vem. Fontes projetam que Casagrande deve disputar o senado e seu candidato a governo seria Ricardo Ferraço.

As eleições de 2026 e as intenções de Marcelo

Marcelo Santos em coletiva de imprensa (foto: Lucas Costa/Ales)

Não é só o grupo de Casagrande que está de olho e montando estratégias para 2026. O presidente da Assembleia, Marcelo Santos, é pré-candidato a deputado federal e também vai precisar de aliados nos municípios para conquistar uma cadeira na Câmara Federal.

Como a expectativa é que o próximo pleito seja mais difícil e acirrado para todas as disputas, cada voto, em cada cantinho desse Estado, será precioso e poderá fazer a diferença. E o presidente da Ales tem ciência de que o apoio das lideranças regionais é essencial.

Marcelo já vinha, desde o ano passado, se articulando pelo Estado afora, dialogando com lideranças, negociando migrações partidárias e apoios. As movimentações foram tão intensas que chamaram a atenção do governo, chegando a causar um mal-estar e colocando em risco sua reeleição no comando da Ales.

Pacificada a eleição da Mesa Diretora, com Marcelo e Casagrande alinhados novamente e caminhando na mesma direção, as eleições de 2026 se tornaram um objetivo comum, assim como a estratégia de preparar um grupo que poderá fazer diferença nas urnas.

Marcelo Santos foi procurado para se manifestar a respeito das nomeações, mas não retornou aos contatos até o fechamento desta publicação.

Redação: Jornal A Tribuna do Vale com informações da jornalista Fabiana Tostes.