Valdério deixa a Defesa Civil em Baixo Guandu-ES após quase 6 anos.
O último dia 30 de novembro foi o último dia de Valderio Sotele Walger, no comando da Defesa Civil do município de Baixo Guandu, no noroeste do Espírito Santo. Depois de quase seis anos a frente do órgão.
O motivo de sua saída foi para se dedicar a sua profissão de formação, Valderio é advogado e responde por dois escritórios de advocacia nos municípios de Santa Teresa e Santa Maria do Jetibá, na região serrana do Estado.
Nossa reportagem conversou com Valderio que disse, “Quando começamos na Defesa Civil, eu e Sandro, menciona Valderio, não existia nem mesmo o logo da instituição, criamos desde o logo, carimbo, local próprio e depois de muitos cursos junto ao Corpo de Bombeiros Militar melhoramos o atendimento à população guanduense”;
Valderio lembrou que em 2013, com a enchente que atingiu Baixo Guandu, aquele desastre daquela magnitude, onde o município teve 5 vítimas, das quais dois corpos nunca foram recuperados, foi o momento mais intenso de seu trabalho
Em seguida tivemos a estiagem de 2014 e 2015, onde levávamos água na camionete e caminhão pipa até alguns distritos, como Bananal, por exemplo, lembrou Valderio.
Em 2015, além da estiagem, tivemos o desastre da barragem de Fundão em Bento Rodrigues/MG, que nos obrigou a montar no município uma estrutura, pela 2.ª vez, (a 1.ª foi em 2013) que chamamos de SCO (Sistema de Comando de Operações), para garantir a distribuição de água para a população.
O SCO é um sistema que coloca na mesma mesa todos os interlocutores, como Gabinete, SAAE, Jurídico e Secretarias para trabalharem juntos e todas as informações convergem na pessoa do Coordenador de Proteção e Defesa Civil que é quem efetivamente cuida das questões ligadas a decretos de Emergência, Calamidade Pública quando necessário etc.
Em outras palavras, a Defesa Civil decide o que é melhor fazer e sugere ao Gabinete para que tome ciência e inicie os trabalhos.
O SCO só é montado em casos extremos, conforme ocorrera em 2013, onde estiveram envolvidas as 3 esferas, isto é, município (Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil e todas as Secretarias, Autarquias e Gabinete do Prefeito), estado Corpo de Bombeiros Militar, PM e Polícia Civil em alguns casos), e a união (Força Nacional e Exército).
A Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil Municipal confeccionou um Plano de Contingência Municipal que, nos casos citados acima (sinistros) é quem orienta o que cada um interlocutor deve fazer.
Valderio ressaltou que as atribuições da Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil são previstas na Lei 12.608, de 10 de abril de 2012 e demais leis vigentes.
O homem da Defesa Civil (Valderio), fez questão de citar algumas das ações que vinham sendo executadas pela Coordenadoria e Defesas Civil no município de Baixo Guandu:
- Controle na distribuição da água potável no bairro de Mascarenhas e a alguns fazendeiros que até hoje recebem água em caminhões pipas, desde dezembro do ano de 2015;
- Auxílio ao Corpo de Bombeiro Militar a qualquer operação efetuada no município tais como incêndio, buscas em caso de afogamentos, atendimentos rotineiros de corte e poda de árvore e tudo que possa envolver atendimentos que envolvam os Bombeiros;
- Na relação institucional/operacional com as Usinas Hidrelétricas de Aimorés e Mascarenhas, no que tange reuniões e trabalhos conjuntos para diminuir impactos causados, bem como na construção do Plano de Contingência que está em fase de execução, plano este que engloba as duas usinas e grande parte da população da sede de Baixo Guandu, onde esta população é identificada pessoa por pessoa, se há alguma deficiência, se faz uso de algum medicamento, dentre outros detalhes, isso é necessário para que em caso de necessidade de prestar socorro devido a um sinistro, ocasionado pelas usinas, se saberá quem estará naquela área e de que necessita incluído o meio de transporte apto para locomoção;
- Todos os processos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos envolvendo aluguel Social para população mais carente ou vítima de algum tipo de sinistro, para sua tramitação dependem de parecer e visita in locum da Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil e posterior emissão de parecer técnico;
- Muitos processos envolvendo segurança de pontes no interior do município;
- Contatos com DNIT e DER para bueiros e demais obras que, não estando em pleno funcionamento atinjam alguns moradores, como é o caso dos bueiros na BR 259, atrás da rodoviária;
- Atendimento à população carente o que tange análise de estruturas dos imóveis que possam oferecer risco aos ocupantes;
- Laudos vários como é o caso da estiagem ou sinistros diversos;
- Monitoramento do Rio Guandu e Rio Doce no que tange a sua vazão;
- No caso do Rio Guandu, em casos de cheia a população é avisada casa a casa, sobretudo no Bairro Operário;
- Mapeamento de risco de todo o perímetro urbano e distritos, para maior segurança do munícipe que deve construir em áreas consideradas de risco;
- Construção com outros interlocutores da municipalidade do Plano Diretor Municipal – PDM;
- Do Código de Obras;
- Do Código de Postura;
- Manter atualizado o banco de dados do Governo Federal no que tange os desastres ocorridos no município. Estes dados darão embasamento num eventual repasse de verba para a construção de pontes, muro de arrima ou qualquer outra obra que seja relacionada a sinistros naturais ou não;
- Manter informado o Gabinete de suas ações enquanto Proteção e Defesa Civil, bem como à Proteção e Defesa Civil Estadual e alguns casos Federal;
- Planos que antecedem um sinistro para que se ocorrer, já se saiba o que pode ser feito para minimizar a situação e mitigar seus efeitos;
- Plantão 24 horas;
E assim, poderíamos elencar uma série de outras atribuições que a Proteção e Defesa Civil Municipal é responsável, trabalho muitas vezes invisível, que passa despercebido pela população, disse Valderio.
Mais um exemplo é o caso do mapeamento de áreas de risco do município, que apesar de ser de extrema importância, não é divulgado por se tratar de dados técnicos, no entanto, servirá a todos no momento de fazer um financiamento bancário envolvendo aquela área, ou em caso de sinistro para pleitear auxílio etc.
Valderio finalizou dizendo que foi um grande aprendizado estar a frente da Defesa Civil durante esses 5 anos e 8 meses, que saí com a cabeça erguida e certo do sentimento de dever cumprido.
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