Americana de 21 anos faz transplante de rosto depois de tentar suicídio

                   Foto: Reprodução.

 

A história de Katie Stubblefield, a mais jovem receptora de um transplante de rosto da história dos Estados Unidos, foi revelada ao mundo nesta quarta (15) ao ser estampada na capa da edição de setembro da revista National Geographic.

A escritora Joanna Connors e as fotógrafas Maggie Steber e Lynn Johnson acompanharam Katie, seus pais e seus médicos por mais de dois anos documentando a vida da jovem americana durante as muitas cirurgias realizadas em busca de um novo rosto.

O transplante foi realizado na Clínica Cleveland, nos Estados Unidos, em maio de 2017, quando Katie tinha apenas 21 anos.

Aos 18, no dia 25 de março de 2014, ela tentou se matar com um tiro de rifle no rosto. Mudanças de cidade, problemas de saúde e um término de namoro vieram antes do disparo no queixo que danificou parte de sua testa, todo seu nariz, sua boca (exceto os cantos dos lábios) e uma parte grande da mandíbula e do maxilar. Os olhos permaneceram, mas os nervos ópticos foram gravemente feridos.

Também houve danos cerebrais por causa do impacto do tiro no lobo frontal. Os cuidados ficaram a cargo de uma equipe de 15 especialistas, de áreas como endocrinologia e psiquiatria.

Antes do transplante total de rosto, um nariz e um lábio superior rudimentares foram feitos a partir do tecido de sua coxa. Katie chamou esse rosto número 2 de Shrek, segundo a reportagem.

No total, até que a cirurgia final fosse feita, foram mais de três anos à espera de um doador. Katie também foi internada em mais de uma dúzia de ocasiões. Até que apareceu Adrea Schneider, uma mulher de 31 anos que morreu de overdose de drogas dias antes da operação, que era compatível.

Foi sua avó, Sandra Bennington, quem tomou a decisão de doar o rosto de Adrea para Katie. A jovem estava registrada como doadora de órgãos e seu coração, pulmões e fígado também foram doados e salvaram vidas pelo país.

A cirurgia de transplante de rosto de Katie foi financiada pelo Departamento de Defesa dos EUA por meio do Instituto de Medicina Regenerativa das Forças Armadas, como forma de estudar a cirurgia e em um esforço para melhorar o tratamento para militares feridos em batalha que retornam ao país com ferimentos similares.

Dessa forma, a cirurgia de transplante de rosto de Katie a transformou em um experimento para o tratamento de traumatismos faciais provocados por disparos de balas.

Mas, mesmo após o transplante, Katie ainda teria de passar por operações corretivas adicionais e muitos meses de reabilitação.

Para reposicionar os olhos, por exemplo, ela passou por uma cirurgia na qual foi implantado um dispositivo de alongamento ósseo.

A cirurgia de Kate foi a 40ª no mundo, segundo a reportagem. Em 2005, o primeiro transplante de rosto, realizado na França, gerou esperanças no mundo para todo tipo de acidentes de trânsito, queimaduras, ou vítimas de armas de fogo. Além dos EUA, China, França, Polônia, Bélgica, Egito e Turquia também realizaram essa delicada cirurgia.

Isabelle Dinoire, de 38 anos, recebeu novos lábios, nariz e queixo após ser atacada por um cachorro (leia mais abaixo). Em março de 2010, uma equipe espanhola realizou o primeiro transplante total de rosto de um homem que sofrera um acidente.

Em outras cirurgias, já foram transplantados parte da língua, dentes, pálpebras e tecidos do couro cabeludo e da nuca.

Mas, apesar do entusiasmo inicial, os riscos de rejeição -a curto, ou a longo prazo- dos tecidos provenientes dos doadores falecidos ainda são um grande desafio para a cirurgia.

Por Folhapress.

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