Saúde

Governo Federal vai rever programa para Farmácia Popular

O governo federal quer rever a distribuição dos remédios gratuitos e a baixo custo que são vendidos nas drogarias particulares pelo programa Farmácia Popular. O ministro da Saúde, Ricardo Bastos, quer negociar com a indústria farmacêutica e o setor de drogarias a redução dos valores repassados no programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, que é o eixo de parceria com a rede particular.

Segundo o ministro, o objetivo é reduzir gastos que ele alega serem mais altos do que na compra centralizada de remédios no Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta do governo é fazer um novo cálculo que seja definido por um preço base no atacado e 40% de margem para compensar os custos de aquisição e distribuição dos medicamentos. “Vamos atualizar os preços para esse momento de mercado. Se fizemos essa margem, economizaremos R$ 600 milhões ao ano”, garantiu o ministro.

Há ainda um modelo alternativo em estudo, semelhante ao aplicado nas lotéricas. O ministro explicou que, dessa forma, as farmácias receberiam um valor fixo pela entrega do medicamento, não importa qual deles entregou. Nesse caso, os remédios seriam do Ministério da Saúde.

O programa foi criado em 2004 e custa R$ 2,7 bilhões ao Ministério da Saúde. No Estado, são 1.113 farmácias credenciadas que distribuem remédios para hipertensão, diabetes e asma de forma gratuita, e mais descontos de até 90% em medicamentos para colesterol, anticoncepcional e outros.

O programa movimenta cerca de 15% das vendas no estabelecimento da farmacêutica Cristina Barros. “Tem sempre pessoas procurando, o que mais sai são os aqueles medicamentos para hipertensão”, contou.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Proprietários de Farmácia do Espírito Santo, Júlio Campagnaro, a venda desses medicamentos representa cerca de 20% da movimentação nas farmácias. “Os termos ainda têm de ser negociados com o governo, temos de analisar as propostas feitas.”

Lorrany Martins