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Fundação Renova ameaça processar prefeito de Baixo Guandu-ES

A Fundação Renova que é a responsável para coordenar as indenizações dos atingidos pelo desastre ambiental de Mariana-MG, ameaçou processar o prefeito de Baixo Guandu-ES, Neto Barros, através de uma notificação datada de 4 de janeiro de 2019, pelas declarações dadas pelo prefeito, consideradas gravíssimas e ofensivas pela entidade.

As declarações citadas pela Renova foram feitas durante os dias 17 e 18 de dezembro passado, quando aconteceu a 33ª reunião do Comitê Interfederativo, que é formado por várias entidades públicas.

Para a Fundação o prefeito faltou com o respeito e chamou os funcionários da Renova de incompetentes, acusando eles de estarem trabalhando em favor das empresas mantenedoras, com atuação vergonhosa e má fé, sendo omissa em questões relacionadas aos atingidos.

No final do documento, a Renova externou a sua indignação, repudiando as declarações do prefeito, considerando as mesmas infundadas, notificou o chefe do Poder Executivo dizendo que vai tomar as medidas cabíveis junto às autoridades competentes a fim de responsabilizar o prefeito pelo fato ocorrido.

O prefeito Neto Barros por sua vez, fez questão de divulgar a carta com a ameaça feita pela Renova e deixou claro que não volta atrás nas suas posições. Neto diz não temer a ameaça feita a ele e disparou contra a Fundação Renova:

“ Estão me ameaçando por dizer o óbvio. São R$ 4,4 bilhões investidos e nenhuma casa construída no distrito de Bento Rodrigues. A Samarco (Vale e BHP Billiton) deu calote nos municípios e até hoje não restituiu o que a população foi obrigada a custear para garantir água tratada às comunidades. A Fundação Renova desrespeita as decisões do Comitê Interfederativo e não aceita ser questionada”, disse Neto Barros.

“Mandaram uma carta tentando me intimidar. Agora querem usar a Justiça para me perseguir? Esse pessoal se acha protegido de pessoas muito poderosas. Quantos morreram nesta tragédia? Quantos estão sem teto? Quantos perderam sua renda e tem que se humilhar? Quantos animais foram mortos? E a flora, a fauna aquática, o desequilíbrio ecológico? Quantos foram punidos?“, pergunta o prefeito.

A justiça que vai me julgar é mesma que julgará eles, a diferença é que estou defendendo os mais de 32 mil habitantes do meu município que foram atingidos e prejudicados por um crime ambiental cometido por eles. Não sou criminoso, apenas cumprindo o meu dever de defender os interesses coletivos de meus munícipes, afirmou Neto Barros.

Redação: Jornal ATV – A Tribuna do Vale o seu portal de notícias.